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Fotos: Arquivo Pessoal
É possível transformar a solidariedade em uma via de mão dupla? Uma iniciativa pensada por mulheres santa-marienses mostrou que sim: uma boa ação pode ser feita para receber outra. Esse fato foi comprovado pela ideia de distribuir máscaras em troca de alimentos para doação.
Um dos exemplos dessa ação é o de Neiva Bueno, 55 anos. Moradora do Bairro Divina Providência, Neiva trabalha no setor de eventos, mas, com a quarentena, ela viu a oportunidade de colocar uma outra ocupação em prática: a da costura.
Segundo Neiva, ela passou a confeccionar máscaras por incentivo do irmão há cerca de duas semanas.
- Eu ia fazer para vender, mas depois pensei que se fosse pra vender eu nem ia sentar na máquina. Então, meu irmão disse que doaria o material para que eu fizesse - relembra.
A partir de então, ela já produziu mais de 90 máscaras. Mesmo costurando sozinha, ela afirma que tem feito por volta de 20 itens por dia. Inclusive, grandes empresas já se interessaram pelo serviço, como a Planalto Transportes, que trocou 14 máscaras para funcionários por 14kg de alimentos não perecíveis.
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A arrecadação, inclusive, é outro ponto destacado por Neiva. De acordo com ela, já foram mais de 100kg de alimentos arrecadados. Porém, nem todos foram distribuídos. Por enquanto, as doações são levadas por ela mesma e sua família em bairros periféricos da cidade.
Neste domingo, Neiva e outros voluntários farão um "mutirão" para oferecer máscaras em troca de alimentos pelo Bairro Divina Providência e outras localidades. Quem se interessar, pode entrar em contato pelo telefone (55) 99678-3620.
EMPATIA QUE INQUIETA
style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Além da solidariedade presentear de volta aqueles que a fazem, às vezes a atitude pode ser doar-se por completo. Foi o que aconteceu com a fisioterapeuta e psicóloga Leda Borba, 59 anos.
Assim como Neiva, Leda teve a iniciativa de confeccionar máscaras e trocar por doações de alimentos. No entanto, ela afirma que houve casos em que os alimentos foram entregues junto com as máscaras, como para moradores de rua, por exemplo.
A fisioterapeuta conta que, quando começou a produção, sua máquina de costura estragou. Então, perguntou para uma paciente se não teria uma para emprestar.
- Ela prontamente me disse que tinha duas. Me emprestaria uma, já que estava com pouca clientela por causa da pandemia. Então, não sou benfeitora, mas uma privilegiada em poder conviver com tantas pessoas maravilhosas - conta.
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Leda afirma que já fazia trabalho voluntário com pacientes no Hospital Universitário (Husm), e que com a pandemia, viu-se na obrigação de seguir atuando de outras formas.
- Não queria só ficar em casa sem fazer nada. Então, tive a ideia das máscaras - explica a voluntária.
A estimativa é de que, desde o início da pandemia, Leda já tenha produzido mais de 200 máscaras artesanais.